Capsulite Adesiva - Ombro Congelado

A capsulite adesiva é caracterizada por uma restrição dolorosa e progressiva dos movimentos ativos e passivos do ombro. Acomete mais o lado não dominante, aquele que usamos menos, e em pacientes do sexo feminino, na sua maioria entre a 5ª ou 6ª década de vida. Em 20 a 30% dos casos, incide em ambos os ombros. Existe um aumento na prevalência da capsulite adesiva em pacientes que têm Diabetes Mellitus, doenças da tireóide, Infarto do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, doenças auto-imune e pós-trauma. O início da dor é insidioso e faz com que o paciente limite gradativamente os movimentos do ombro acometido. O paciente percebe que não consegue realizar atividades da vida diária, que requerem elevação do membro acima da altura do ombro ou sua rotação. A dor, normalmente, piora aos extremos dos movimentos e à noite, mas tende a diminuir progressivamente com o passar do tempo, porém a limitação dos movimentos permanece.

Hoje existem evidências de que a capsulite seja a evolução de uma sinovite (inflamação da membrana sinovial que existe dentro da articulação) e posterior reação de fibrose da capsula articular.

Podemos classificar a capsulite adesiva quanto à sua etiologia e gravidade. A capsulite primária ou idiopática é aquela que não tem uma etiologia identificada. A secundária é subdividida em: problemas intrínsecos do ombro, extrínsecos e sistêmicos. A gravidade foi dividida em: leve, moderada ou grave, dependendo do grau de limitação do movimento, observado no exame físico.

Capsulite Adesiva Ortopedista Campo Grande
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A capsulite idiopática ou primária, pode ser dividida em fases: dolorosa ou congelamento, rigidez ou congelada e resolução. São diferenciadas pela história, tempo de evolução da doença e exame físico, inclusive com o paciente anestesiado. Por meio da artroscopia, procedimento cirúrgico realizado através de uma camera que é introduzida dentro da cavidade articular e cuja imagem é visualizada através de um monitor, também é possível perceber diferenças significativas em cada uma das fases. O diagnóstico é feito pela história que o paciente conta ao médico e através do exame físico que realizamos durante a consulta; mas os exames de imagem são importantes para se descartar possíveis diagnósticos diferenciais. A radiografia simples mostra uma osteopenia (perda de massa óssea) localizada no ombro acometido e a ressonância magnética mostra a perda do recesso axilar e do recesso posterior, regiões anatômicas presentes no exame normal.



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O tratamento da capsulite adesiva visa diminuir a dor e tentar quebrar o ciclo da doença através do uso de analgésicos, anti-inflamatórios e medicações que visam aumentar o limiar da dor do paciente, associados à fisioterapia. Quando não é possível o ganho de movimento, existem outras técnicas, tais como: manipulação sob anestesia, distensão hídrica e liberação artroscópica, que através de alguns cortes na cápsula articular, levam ao ganho de movimento. Outro método de tratamento descrito é o bloqueio do nervo supra-escapular. Este visa não somente tratar a conseqüência da capsulite (limitação da ADM), mas também a dor no ombro. Parte importante da inervação articular simpática e sensitiva é dada pelo nervo supra-escapular e a técnica consiste em infiltrar anestésico na região supra escapular, trajeto do nervo.